segunda-feira, 30 de abril de 2012

NÃO DUVIDAR DO PODER DE DEUS

Domingo passado, no Evangelho do 3º Domingo da Páscoa, Jesus apareceu para os discípulos e disse: “Por que estais preocupados, e por que tendes dúvidas no coração?” (Lc 24, 38) Jesus se apresenta ainda dizendo: “Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um espírito não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. Mas a palavra ainda vai dizer: “Mas eles ainda não podiam acreditar” (Lc 24, 41).

Essa passagem do 3º Domingo da Páscoa deve mexer profundamente conosco. E antes de pregar pra vocês, me veio esta Palavra de Jesus: “Por que tendes dúvidas no coração?” Quantas pessoas que depois de fazerem os pedidos a Deus logo depois duvidam; e por causa desta dúvida as promessas não acontecem.

No Evangelho de São Lucas também encontramos outro exemplo, o de Zacarias que orou a vida inteira com Ana, sua esposa, para ter um filho e Deus ouviu a sua oração, mas na hora que a graça chegou, na hora que Deus abriu o céu para Zacarias, diz a Palavra que ele duvidou. Ele não acreditou que o milagre era possível, e agora que a graça chegou ele disse: “Como posso ter certeza disso? Estou velho e minha esposa já tem uma idade avançada”. Ninguém duvidava que Zacarias era um homem de Deus, inclusive era um sacerdote, um servo de Deus, mas diante da graça ele olha mais para a sua miséria do que para o milagre.

Eu sei que você tem orado, eu sei que você tem clamado o seu milagre para Deus, mas sei também que você tem duvidado. Nós não temos direito de duvidar de Jesus. Nós não estamos bem porque duvidamos do poder de Deus, duvidamos dos dons do Espírito Santo.


Nós estamos às véspera de Pentecostes, e só não estamos vendo o Brasil ser batizado no Espírito Santo porque temos duvidado deste poder. Você já foi crismado, já foi batizado, então o Espírito de Deus já está em você, mas infelizmente nos enchemos de dúvidas e este Espírito que está em nós não é transbordado.

Fazemos como Zacarias, que conhecia o poder de Deus, estava no templo o tempo todo, servia a Deus dia e noite, mas duvidou do poder do Altíssimo. Vemos na Palavra que muitas pessoas, que não conheciam o Senhor, não duvidaram da graça. A samaritana nunca tinha visto Jesus, mas quando o Senhor lhe ofereceu a água da vida ela não duvidou, antes disse: “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede” (Jo 4, 15). Bartimeu foi outro que quando se encontrou com Jesus não duvidou do Seu poder e por isso recebeu a cura.

Você é Católico Apostólico Romano, comunga o Corpo e o Sangue do Senhor, o próprio Deus está dentro de você, como então duvidar daquilo que Ele pode fazer na sua vida? Nós estamos negando aquele que está dentro de nós quando duvidamos.

Nós somos a Igreja nascida de Pentecostes. Essa Igreja que você faz parte já nasceu no poder, no fogo do Espírito. A força da Igreja não veio do homem, ninguém escreveu a Igreja num papel, como um projeto para dar certo na terra. Ela é promessa de poder de Deus e é por isso que as portas do inferno não prevalecerão contra ela. E por que ainda temos medo? Porque temos dúvida?

Jesus se levanta no dia de hoje e pergunta: Por quê tendes medo?

Você tem buscado, eu sei. Mas não há outra resposta a não ser a fé em Jesus Cristo. Quanta gente que, na dúvida, vai buscar a salvação em outros lugares onde ela não está; mas não adianta, pois a Palavra diz que só em Jesus está a salvação. E a Igreja é a barca da salvação. É nela que você vai encontrar esta salvação. Não saia da Igreja, não saia desta barca, mesmo que ela balance, ela é a Igreja que Cristo edificou.

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Padre Moacir Anastácio
Fundador da comunidade Renascidos em Pentecostes.

Transcrição e adaptação: Daniel Machado

A FÉ NOS DÁ A GRAÇA DE PARTICIPAR DA ESCOLHA DO SENHOR

8. Tu, porém, Israel, és o meu servo, foste tu, Jacó, a quem eu escolhi, descendência de Abraão, meu amigo!
9. Lá num canto do mundo eu te dei a mão, eu te chamei lá dos confins da terra. Eu te disse: “Tu és o meu servo. Eu te escolhi e não te deixei.”
10. Não tenhas medo, que eu estou contigo. Não te assustes, que sou o teu Deus. Eu te dou coragem, sim, eu te ajudo. Sim, eu te seguro com minha mão vitoriosa.
11. Ficarão envergonhados e desapontados todos os que têm raiva de ti. Ficarão como nada e destruídos os que quiserem lutar contra ti.
12. Vais procurar sem nunca encontrar quem queira combater contra ti. Os que quiserem te armar guerra, serão como o vazio e o nada.
13. Isso, porque eu sou o SENHOR, o teu Deus, eu te pego pela mão e digo: “Não temas, que eu te ajudarei.
14. Não tenhas medo, vermezinho Jacó, Não te assustes, Israel, mísero inseto! Eu te ajudarei” — oráculo do SENHOR, que é o teu Libertador, o Santo de Israel.
20. Assim ao mesmo tempo hão de ver e entender, observar bem e pensar que foi a mão do SENHOR que fez tudo isso, que foi o Santo de Israel que o criou.
(Isaías 41, 8-14, 20)

“Tu, porém, Israel, és o meu servo, foste tu, Jacó, a quem eu escolhi, descendência de Abraão, meu amigo! Lá num canto do mundo eu te dei a mão, eu te chamei lá dos confins da terra. Eu te disse: 'Tu és o meu servo. Eu te escolhi e não te deixei.' Não tenhas medo, que eu estou contigo. Não te assustes, que sou o teu Deus. Eu te dou coragem, sim, eu te ajudo. Sim, eu te seguro com minha mão vitoriosa”.

Com quantos de nós Deus fez isso? Ele sempre o faz. É Deus quem o tira da escuridão e do anonimato, porque, para Ele, você é o primeiro. O Senhor abre o caminho para que você siga. Hoje Ele lhe diz: “Lá do canto te tirei e te dei amor quando ninguém te via.”


Muitas vezes, você se sente esquecido e deixado de lado, mas o Senhor o escolhe para fazer com que a Sua graça repouse em sua vida, para lhe dar a oportunidade de recomeçar e abrir caminhos. Por isso tome posse da Palavra que o Senhor traz nesta manhã e se coloque no lugar de Jacó e Israel. Todo patrimônio da fé diz respeito a quem crê. É a fé que nos dá a graça e a oportunidade de participar da escolha do Senhor, então essa passagem bíblica é de Deus para você nesta manhã.


Em muitos momentos paramos para pensar: "Como Deus me escolheu se eu não tenho seguido os mandamentos d'Ele?" Quando colocamos o coração nas mãos de Deus O servimos sem perceber. Mesmo quando achamos que não estamos fazendo nada, o Senhor faz com que alcancemos o bem, Ele tem os Seus caminhos. O Senhor nos faz compreender com aqueles que precisam de ajuda.


No momento em que a pessoa reconhece que precisa de ajuda, ela volta para Deus e o Espírito Santo age em sua vida. Reconhecer que você precisa de ajuda é agarrar a oportunidade que o Senhor lhe dá e seguir em frente. Não pare para pensar nas coisas negativas. Quantas pessoas, ao nosso redor, são alegres e felizes e na hora em que você lhes pergunta sobre a vida delas, você vê que elas também têm problemas, porém, elas tomaram a decisão de não se deixar levar pelas tribulações.


Diante das dificuldades, devemos procurar saídas, pois a missão que Deus tem para nós é para nossa felicidade
. Quem tem Deus no coração deve semear a esperança. Temos que ter esperança para semear esperança. Se alguém tiver medo de enfrentar as situações da vida, temos que estar preparados para encorajá-lo.

Deus quer que tenhamos iniciativa e ajudemos aos que precisam. A vida melhora muito quando começamos a agir assim. O Senhor sempre está ao lado das pessoas que são pró-ativas e que sabem que precisam de auxílio. O olhar que Ele tem para nós é um olhar de amigo. Hoje essa verdade tem que estar escrita em seu coração. Deus Pai está com você, Ele é seu amigo e quer o seu bem.


O olhar de Deus é como um olhar de mãe, um olhar de benevolência e com bem querer. Percebemos o amor do Senhor por nós pelos feitos e maravilhas d'Ele.
Um Deus mau não faria um mundo tão maravilhoso! Reconhecemos o olhar de uma mãe, pois ele é diferente, é um olhar que incentiva. Da mesma forma que, às vezes, um filho precisa do olhar de sua mãe para seguir em frente, precisamos voltar nosso olhar para o Senhor.

Devemos seguir decididamente na Palavra de Deus. É Ele quem nos levanta e nos guia. Se você chegou a um estado em que tudo se tornou perigoso, confie no Senhor, Ele já reservou para você a libertação, e já sabe como vai fazê-lo vencer. Todos vão se admirar com o que o Todo-poderoso está fazendo por você.


Escute a Palavra que Deus lhe fala nesta manhã e tenha a certeza de que Ele o atenderá. Devemos saber o que é bom e fazer bem feito. Essa é a primeira coisa da qual Ele quer que tomemos conhecimento. São três conselhos que o Senhor nos traz hoje: o primeiro: “Fique focado no que é bom, não se disperse, faça o bem”. O segundo: “Faça, o que tem de fazer, bem feito, sem pressa. Vá com calma e no tempo certo”, e o terceiro: “Não se esvazie com esforços inúteis, com aquilo que Deus não lhe pediu”.


Nesta manhã o Senhor nos oferece o dom da Sua graça, a mão de Deus vitoriosa nos segura. O Espírito Santo permanece com os justos e com os que reconhecem que precisam de ajuda.


Quero, junto com você, retomar a semana de uma maneira nova, e Deus quer isso muito mais que nós. Peçamos ao Senhor o dom do Seu Espírito Santo, que nos ajuda a avançar e entender a presença do Senhor junto de nós. Que a Palavra de Deus Pai entre na nossa alma no dia de hoje.


O Senhor nos diz: “Eu te escolhi e estou contigo, Eu te dou coragem, Eu te levanto com minha mão vitoriosa, pela força do Espírito Santo com todo amor pra você.”


Hoje o Senhor que realizar em nossa vida um novo recomeço.


Márcio Mendes

Missionário da Comunidade Canção Nova
23/04/2012

Parte 1


Parte 2

PEDRO TU ÉS PEDRA


(Irmão Trovão)
 
"O sol se chama José
A lua se chama Maria
Os católicos são os apóstolos dos últimos dias

Quando eu era prego
O diabo me batia
Agora sou martelo
Bato nele todo dia

Eu vim aqui para pregar
Não vim aqui para brincar
Doa a quem doer
Fira a quem ferir
Aonde a Palavra cair
Vai ter que florescer

A Palavra que foi semeada
No coração do homem
Vai ter que fazer caminhada

Inicio esta pregação
Aos meus grandes irmãos
Dizendo que vocês estão no meu coração
Mas que só fica nesta pregação
Quem aguenta o rojão
Foguete, foguetão
Que a Palavra queime seu coração
Aqui quem vai pregar é o Irmão Trovão"


Parte 1


Parte 2


Parte 3






DEUS QUER LEVÁ-LO À ETERNIDADE

16. Ao anoitecer, os discípulos desceram para a beira-mar.
17. Entraram no barco e foram na direção de Cafarnaum, do outro lado do mar. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha vindo a eles.
18. Soprava um vento forte, e o mar estava agitado.
19. Os discípulos tinham remado uns cinco quilômetros, quando avistaram Jesus andando sobre as águas e aproximando-se do barco. E ficaram com medo.
20. Jesus, porém, lhes disse: “Sou eu. Não tenhais medo!”
21. Eles queriam receber Jesus no barco, mas logo o barco atingiu a terra para onde estavam indo.
(São João 6,16-21)
 
 
Meus irmãos, a passagem do Evangelho de hoje é curta, mas contém um ensinamento muito profundo. Após ter feito vários milagres, Jesus sobe a montanha para refletir com o Pai. Os discípulos saem em direção a Cafarnaum em um barco e o Senhor ainda não havia ido ao encontro deles.

Remando com as próprias forças e cansados, os discípulos atravessam o mar e vão se distanciando do Senhor e, logo, eles são surpreendidos por uma tempestade, que os deixa assustados. Meus irmãos, quantas vezes nós também nos afastamos do Senhor e nos deparamos com tempestades que nos assustam, quantas vezes perdemos as forças para continuar e vemos que precisamos da força do Alto, da intervenção de Jesus em nossa vida!


Em meio à tempestade nós pedimos ao Senhor: "Vem em nosso auxílio! Socorre-nos, Senhor!" E Ele vem. O Senhor, ao ver o desespero dos discípulos, vai ao encontro deles caminhando sobre as águas, mas eles não reconhecem a intervenção divina e ficam assustados. Mas Jesus logo lhes diz: “Sou Eu, estou indo ao vosso encontro.” E os discípulos ficam muito felizes, pois esse ato remete ao poder de Deus. Assim o Senhor age em nossa vida: em meio à tempestade não conseguimos ver a intervenção de Deus e nos assustamos, mas logo percebemos a graça divina.


Quando Jesus anuncia Sua presença aos discípulos a tempestade acaba e aí acontece o mais interessante dessa passagem e a grande lição de hoje para nós: ao verem Jesus, os discípulos pedem que Ele entre no barco, mas logo eles percebem que essa embarcação já havia chegado ao seu destino, que era Cafarnaum. Jesus não entra no barco dos discípulos porque o desejo d’Ele não era ficar ali com eles, o desejo do Senhor era levá-los para a outra margem, isto é, à cidade de Deus, a cidade onde Ele morava.


É isso que Jesus quer para nós. Quantas vezes, pedimos ao Senhor que entre em nossas casas e em nossa vida, pedimos que Ele passe à frente de todas as situações, no entanto, Ele não entra e ficamos pensando: "Será que Ele não nos escuta?" O desejo do Senhor para nós, muito mais do que cessar a tempestade em nossa vida, é poder levar o "barco da nossa vida" à "outra margem". O Senhor vai acabar com as tempestades da nossa vida não para que O louvemos simplesmente, mas para que cheguemos ao outro lado, onde Ele nos espera.


Pouco se fala hoje na vida eterna, porque só vemos a vida presente. Hoje, Deus está pegando o "barco da sua vida" e o conduzindo para o outro lado da margem, o desejo d’Ele é a nossa eternidade.


O convite de Deus, para nós, hoje, é que tiremos os olhos das tempestades, pois Ele virá sobre as "águas" e acabará com tudo o que nos aflige
. Coloque sua força no Senhor porque Ele é o único que acabará com as tempestades de sua vida e o levará ao outro lado da margem.

Em nossa vida devemos caprichar nas "remadas", pois temos a certeza de que, com a graça de Deus, chegaremos à outra margem, ou seja, à eternidade. O Senhor nos dá a graça de sermos seguidores de Jesus, e devemos compartilhar isso. Quem compartilha coisas boas, compartilha o amor e a vida.


Quero terminar essa meditação com as palavras do livro "A Imitação de Cristo". São palavras de Jesus para você. Quando você chegar à outra margem e experimentar os céus novos e terras novas, o Senhor vai nos dizer: “Meu filho, avalie o fruto desses sofrimentos, acabarão logo, e a recompensa será muito grande. Não experimentarás inconvenientes por isso, mas encontrarás uma imensa consolação por sua paciência. Por algumas migalhas de vontade própria a que renuncias agora de boa vontade poderás fazer, sem cessar, a tua vontade no céu. Lá encontrarás tudo que queres, tudo que podes desejar. Lá disporá de todos os bens sem temor de perdê-los. Lá tua vontade, sempre unida à minha, não terá nenhum desejo estranho nem pessoal. Lá, lá no céu, ninguém te resistirá, ninguém se queixará de ti, ninguém te causará obstáculo ou embaraço. Todos os teus desejos se realizarão, no mesmo momento, renovando assim todo impulso, e se realizarão até o fim. Lá transformarei em glórias os ultrajes sofridos, em vestimentas de louvor a tristeza e mudarei o último lugar em trono eterno no reino. Lá, lá no céu, aparecerá o fruto da obediência, a pena da penitência será mudada em alegria e a humilde submissão receberá a coroa de glória".


Senhor, é isso que nós queremos hoje: viver essa promessa no céu, onde vamos transformar em glórias todas as tristezas que vivemos hoje.

Nós queremos remar e atingir a outra margem. Obrigado, meu Deus, sozinhos não conseguiremos chegar lá.

O Senhor nos diz: Eu impero sobre essa tempestade e te levo à outra margem. Eu te levo aos céus novos e terras novas.


Acredite, irmão, continue a remar que o Senhor o levará à outra margem. Obrigado, Jesus!


Alexandre Oliveira
Missionário da Comunidade Canção Nova
24/04/2012

Parte 1


Parte 2

 

DEUS É A PRIMEIRA OPÇÃO DA MINHA VIDA

37. Quem ama pai ou mãe mais do que a mim, não é digno de mim. E quem ama filho ou filha mais do que a mim não é digno de mim.
38. E quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim.
39. Quem buscar sua vida a perderá, e quem perder sua vida por causa de mim a encontrará.
(São Mateus 10, 37-39)
Na passagem bíblica de hoje é o próprio Senhor Jesus quem nos fala. Ela nos abre uma porta maravilhosa, a luz no fim do túnel. Para quem se sente perdido na vida, Jesus dá a chance de se reencontrar. Para muitos a felicidade é alimentar a carne, satisfazer seus desejos, ter quem e o que quiser, na hora que quiser e a qualquer custo. Esse é um conceito errôneo, não devemos alimentar a carne para chegar à felicidade, e sim, ter intimidade com Deus. Quem vive com Deus e para Deus sempre chega à felicidade, mas, para isso, é preciso se sacrificar pelo outro, fazer o bem para o próximo mesmo que isso o machuque.

É uma proposta de vida, quem escolhe se entregar ao apetite da carne vive um caminho de morte, mas, ao se entregar à vontade do Senhor, crescerá espiritualmente e viverá para o bem. Não é fácil ser justo ou honesto, isso resulta num certo sofrimento, mas quem está íntimo de Deus, encontra o maior prazer em sofrer e passar por todas as provações. É preciso morrer para chegar à felicidade, sofrer para ser bom e para ser justo.


Quando falamos em ser bom, temos que ser claros. O bondoso pensa e faz o bem para outros e não para si mesmo. Não podemos ser egoístas. E se ser bom, em alguns momentos, nos faz sofrer, temos que passar por isso para nos tornarmos pessoas melhores. Quem pensa que não vale a pena ser bom, porque será prejudicado, vê a vida com olhos de maldade, com pensamentos egoístas de quem só quer se dar bem na vida.


Quem se ama mais do que a Deus, quem ama sua família mais do que a Deus, é uma pessoa fechada na vida, pois coloca qualquer coisa e qualquer pessoa acima do Senhor. Jesus nos traz essa palavra, que parece dura, mas que nos coloca no caminho certo. Jesus condena quem vive uma vida egoísta, fechada até para Ele, porque o egoísta quer sempre o bem para si e para os seus; ele não será capaz de fazer o bem ao próximo se isso não lhe trouxer alguma vantagem.


Não existe força de cura maior, nem há remédio mais poderoso, do que sair de si e estender a sua mão para o outro
. O bem que fazemos ao próximo destrói todo egoísmo existente e em nosso interior. É uma loucura pensar que ter esse sentimento dentro de si faz bem. Cultivar o mal é como ter um câncer espiritual, ele devora toda vida interior que a pessoa tem, e esta perde o sentido.

Hoje, no mundo, muitas pessoas não sabem que caminho seguir, já não veem mais sentido na vida. O egoísmo, muitas vezes, nos faz perder o sentido da vida, por isso é a maior causa da depressão atualmente. A pessoa não sabe mais para que e por que viver, então ela adoece. Colocar pais e filhos acima de Deus faz a pessoa perder a vida, ela adoece porque vive em função deles. Haverá um momento em que essas pessoas vão passar, mas Deus não passará. Não podemos colocar o objetivo da nossa vida nas coisas frágeis e passageiras.


Quando colocamos o Espírito Santo em nossos corações tudo ocupa seu devido lugar. É Deus quem nos ilumina nas atitudes e na vida. Quando o Altíssimo vem em primeiro lugar, toda nossa vida toma o rumo certo e cada um fica em seu devido lugar.


A mensagem que Deus nos dá é para amarmos os próximos como a nós mesmos, amá-los e lhes fazer o bem, mas não colocá-los em primeiro lugar. O segredo é viver para os outros por causa de Deus; isso nos traz uma alegria tão grande que nos faz entender o ensinamento de São Lucas: “Há mais alegria em dar do que em receber.” Quem vive para ajudar os outros é mais feliz e realizado. Façam essa experiência! Ao fazermos isso poderemos perder algo na vida, mas conquistaremos o céu. Para Deus ganha quem perde, quem sabe perder. Esse é o maior beneficiado.


Não há no mundo pessoa que tenha chegado à grandeza da alma sem passar por este caminho. Lutar sem sacrifícios não nos traz amadurecimento espiritual. Se queremos viver no caminho espiritual temos que crescer, e crescer custa.


Quando chegar o momento da dor, perguntemos a Deus: "Que proveito posso tirar dessa dor?" A essa disposição, Deus sempre se une com Sua bênção. Quando a pessoa deseja passar pelo sofrimento sem se lamentar, Deus Pai se apressa para abençoar a vida dela, ela recebe um resgate de vida. O sofrimento nos coloca mais perto do Pai. Qunado O colocamos em primeiro lugar conseguimos passar pelo sofrimento e chegar ao caminho da felicidade. A Palavra meditada neste dia exige isso de nós no dia de hoje.


O que você pode fazer hoje para tirar esse egoísmo de dentro de você? A luta é diária, entendamos o que Jesus nos ensinou: a felicidade está no próximo, mas Deus está em primeiro lugar. Colocá-Lo em primeiro lugar é agradar Seu coração.


Peçamos ao Senhor a graça de administrar nossas perdas, a graça de vivermos para o próximo por Sua causa, colocando-O acima de tudo para sermos dignos de Sua Palavra e não vivermos mais uma vida de egoísmo.

Márcio Mendes
Missionário da Comunidade Canção Nova
25/04/2012

Parte 1


Parte 2


O APEGO ÀS COISAS PASSAGEIRAS DEIXA O SER HUMANO INFELIZ‏

2. Quando te invoco, responde-me, ó meu Deus justiceiro; na angústia liberta-me; tem piedade de mim e ouve minha oração.
3. Ó raça humana, até quando ofendereis minha glória, amareis a vaidade, buscareis a mentira?
4. Sabei que o SENHOR fez maravilhas em favor de seu amigo; o SENHOR escuta quando lhe dirijo meu apelo.
5. Tremei e não pequeis; refleti no silêncio do vosso leito.
6.Oferecei sacrifícios legítimos e tende confiança no SENHOR.
7. Muitos dizem: “Quem nos fará provar o bem?” Levanta sobre nós, SENHOR, a luz da tua face.
8.Deste mais alegria ao meu coração do que àqueles que têm muito trigo e vinho.
9.Em paz, logo que me deito, adormeço pois só tu, SENHOR, me fazes descansar com segurança.
(Salmos 4, 2-9)
 
A Palavra de hoje é um ensinamento de Deus e uma oração que o Espírito Santo coloca em nossos lábios. Ela vem mostrar Sua vontade. Somente Deus é capaz de nos fazer descansar, sem o Senhor repousamos, mas não descansamos. Existem pessoas que, quando se deitam para dormir, estão com a cabeça cheia de problemas e não conseguem descansar. É nessa hora que devemos ter fé e confiar que Deus cuida de nós. Entregar os problemas a Deus não é fácil, exige de nós a renúncia da pressa. É difícil aceitar que as coisas não aconteçam do nosso jeito. Devemos abrir mão do jeito errado de fazer as coisas para que o Espírito Santo nos leve para o caminho correto.

Peça ao Senhor essa glória. Se você está angustiado, entregue a Deus Pai todos os problemas que Ele intercederá por você. A Palavra de Deus pede que voltemos à amizade do Senhor, Ele faz maravilhas em favor dos amigos.

A alegria do Senhor é ver o ser humano feliz, e aí vem a pergunta: “O que faz o homem infeliz?” E Deus nos dá a resposta: o abandonar a Deus, o amor à vaidade e a busca da mentira. “Até quando ofendereis a minha glória?” Quando deixamos de ser amigos de Deus, impedimos que Ele aja em nós e começamos a seguir um caminho de desgraça. Isso tudo ofende ao Senhor. Certos males causam tristeza, mas eles não têm poder de nos tornar infelizes. Quando nos tornamos infelizes é sinal de que nos afastamos de Deus.


A segunda causa é a vaidade, e não pensem que vaidade é o ato de se arrumar, de se vestir bem, de cuidar do seu corpo. Isso não é vaidade, é dever. Gostar de si é obrigação, devemos sempre cuidar do corpo que Deus nos deu. Vaidade é quando uma pessoa é incapaz de viver se algo acontecer com sua aparência, é o apego àquilo que é passageiro. Vaidade é se colocar acima de tudo, é cultivar tudo que é vazio e inútil. É um amor descontrolado por aquilo que passa. Isso não significa que não podemos amar as coisas passageiras.
Que possamos encher nossos corações de amor, mas que esse amor não seja maior do que o amor que temos por Deus. O amor à vaidade traz infelicidade, o apego às coisas passageiras deixa o ser humano infeliz.

O terceiro ponto é a busca da mentira. A Palavra nos diz que não é só mentir para os outros ou viver nas mentiras dos outros, mas viver na ilusão. Um exemplo de ilusão que muitos procuram viver é dizer a si mesmos que nunca vão morrer. A pessoa não para a fim de refletir que, quando seu tempo aqui na Terra acabar, ela ficará diante do Senhor e responderá por tudo que fez. Nada nos torna tão sóbrios do que o fato de sabermos que nossos dias estão contados, tanto que, ao descobrir que tem pouco tempo vida, a pessoa muda, para melhor ou pior, mas muda. Algumas se desesperam, ficam piores, mas a grande maioria vive uma conversão e começa a conduzir a vida com verdade, com santidade.


E devido às muitas vezes que nós fizemos esse questionamento, a Palavra de Deus nos pergunta: “Quem nos fará provar o bem? O que nos trará felicidade?” Evitar o pecado e ficar em silêncio, essa é a resposta. O primeiro passo para a pessoa tomar um caminho de realização e evitar o pecado é ficar em silêncio. Precisamos aprender a pensar antes de falar, porque não pensar é perigoso. Quem decide sem pensar não pode ser forte. Fortaleza é sabedoria, e o sábio reflete antes de agir. Temos que aprender a pensar antes de emitir nossa opinião para não magoarmos quem está à nossa volta.


Por isso a Sagrada Escritura nos exorta:
“Trema e não peques, reflita em silêncio”. Ofereça a Deus um sacrifício legítimo que seja agradável a Ele. E o que agrada a Deus? Que nós O amemos e confiemos n'Ele, e, por causa d'Ele, amemos o próximo. O Senhor pede que amemos as pessoas que nos incomodam e que são mais próximas de nós. Amar dá trabalho, requer uma decisão. Para amar sempre precisamos fazer sacrifícios que agradam a Deus. E o que agrada ao Senhor é o amor que somos capazes de oferecer ao próximo e confiar que Ele está conosco.

A vida pode e deve ser uma alegria sem limites, mas temos que aceitá-la como ela é. Viver a vida é deixar que o Senhor aja sobre nós, é ter prazer nas coisas pequenas, é ser feliz a qualquer custo. Ser alegre é encontrar alegria na felicidade do outro, é compartilhar tudo que é bom. Madre Teresa já dizia: “A todos os que sofrem e estão sós, dê sempre um sorriso de alegria, não lhes proporcione somente ajuda, mas dê também o seu coração.”


Que possamos oferecer nosso coração a quem está sofrendo hoje, como nos pede Deus Pai, Deus Filho e o Espírito Santo. Esse é o segredo. Peçamos que o Senhor que nos encha de amor.


Márcio Mendes
Missionário da Comunidade Canção Nova
(26/04/2012)




A GENTILEZA PODE TRANSFORMAR O CORAÇÃO DAS PESSOAS

22. A multidão levantou-se contra Paulo e Silas; e os magistrados, depois de lhes rasgarem as vestes, mandaram açoitar os dois com varas.
23. Depois de açoitá-los bastante, lançaram-nos na prisão e ordenaram ao carcereiro que os guardasse com toda a segurança.
24. Ao receber essa ordem, o carcereiro empurrou-os para o fundo da prisão e prendeu os pés deles no tronco.
25. À meia noite, Paulo e Silas estavam orando e cantando hinos a Deus. Os outros prisioneiros os escutavam.
26. De repente, houve um terremoto tão violento que sacudiu os alicerces do cárcere. Todas as portas se abriram e as correntes de todos se soltaram.
27. O carcereiro acordou e viu as portas da prisão abertas. Pensando que os prisioneiros tivessem fugido, puxou da espada e estava para matar-se.
28. Mas Paulo gritou com voz forte: “Não te faças mal algum! Estamos todos aqui”.
29. Então o carcereiro pediu tochas, correu para dentro e, tremendo, caiu aos pés de Paulo e Silas.
30. Conduzindo-os para fora, perguntou: “Senhores, que devo fazer para ser salvo?”
31. Paulo e Silas responderam: “Crê no Senhor Jesus, e serás salvo, como também todos os de tua casa”.
32. Então Paulo e Silas anunciaram a palavra do Senhor ao carcereiro e a todos os da sua casa.
33. Na mesma hora da noite, o carcereiro levou-os consigo para lavar as feridas causadas pelos açoites. E, imediatamente, foi batizado, junto com todos os seus familiares.
34. Depois, fez Paulo e Silas subir até sua casa, preparou-lhes um jantar e, com toda a casa, fizeram festa porque passaram a crer em Deus."
(Atos dos Apóstolos 16, 22-34)


É muito interessante ver o que aconteceu com Paulo e Silas, pois eles eram os escolhidos de Deus. Paulo foi o instrumento que o Senhor escolheu para levar a salvação aos povos. Se, hoje, o mundo é cristão, foi por causa de Paulo, pois foi ele quem nos trouxe a salvação. Mesmo sendo um discípulo de Deus, levando a Sua Palavra às pessoas e tendo-O como intercessor, Paulo foi tratado com crueldade. Já imaginou se isso acontecesse com um de nós? 

Essa passagem, de hoje, nos ajuda a compreender que as coisas ruins não acontecem só com as pessoas que consideramos "ruins", elas também acontecem com pessoas boas e honestas. A Palavra nos mostra que Paulo e Silas foram açoitados com varas. Em muitas situações, nós também somos açoitados com palavras e atitudes que machucam nosso coração.

Como é doloroso para um pai e uma mãe ver ser filho, que foi criado com todo carinho, correndo perigo! As tribulações chegam até nós de maneira inesperada, elas veem como um castigo, porque não sabemos o momento em que acontecerão. Podem vir até de um bem que fazemos, assim como aconteceu com Paulo que foi castigado por levar a Palavra do Senhor. Quando isso acontece, ficamos diante de duas situações: murmurar e lamentar, ao ver que a pessoa não reconheceu o bem que fizemos - e isso é uma tentação em nossas vidas -, ou podemos escolher não nos abater, e isso acontece pela oração e pela alegria. Não podemos desanimar nem parar de rezar, pois é por esse caminho que conseguiremos enfrentar todas as situações difíceis.


Depois de toda humilhação, Paulo e Silas foram presos com outros bandidos e acorrentados; diante de tudo o que passaram, tendo todos os motivos para se revoltar contra Deus, eles começaram a cantar e orar. Em vez de lamentar, eles louvaram ao Senhor, fazendo com que os outros presos se calassem para escutá-los.


Antes mesmo de terminarem a oração, um terremoto os atingiu, abrindo todas as celas e soltando e rompendo as correntes. Esse acontecimento foi fruto de oração e salvação para os discípulos.


É pela força da oração que conseguimos obter todos os bens e a libertação de todos os males. Os discípulos de Jesus experimentaram uma libertação maravilhosa, mas não do corpo, pois permaneceram ali. Por meio da gentileza, da oração e da fé o coração do carcereiro foi tocado. Ele estava diante da morte, pois achava que não havia mais nenhum prisioneiro ali.


Talvez, ao ler a Palavra pela primeira vez, você pense que o carcereiro foi exagerado ao querer se matar quando percebeu que os prisioneiros haviam fugido. Mas ele sabia que seria castigado por isso, porque, se um guarda descumprisse uma ordem, ele seria condenado à morte. As penas de morte dos romanos eram muito cruéis, então, sabendo disso, ele se desesperou. Mas ao ver que todos permaneciam no cárcere, ele foi tocado pela fé.


Nós não temos o poder de mudar o coração das pessoas. Podemos até ajudá-las a encontrar Deus por meio da gentileza, da oração e da fé, mas só Ele pode transformar o coração de alguém. Paulo e Silas estavam prontos para salvar aquele que os tinha maltratado, mas, em gratidão àquela maravilhosa experiência de fé, o carcereiro passou a cuidar deles.


Quando fazemos a experiência de cuidar de alguém com amor, esse alguém cuida de nós. Se você ainda não viveu isso, faça a experiência, leve a Palavra de Deus, seja uma pessoa de oração e tenha um coração alegre diante das tribulações.


Peçamos ao Senhor, hoje, a graça de ter um coração cheio de amor, que não desiste por causa do sofrimento.


Senhor, que pela fé, possamos caminhar ilesos, ser firmes diante das tristezas. Que todos os que nos ouvem cantar possam fazer a experiência de ter um coração cheio de amor. Encha, meu Deus, nosso coração com o dom do Espírito Santo por toda a eternidade."






Márcio Mendes

Missionário da Comunidade Canção Nova
(27/04/2012) 



domingo, 8 de abril de 2012

CORPUS CHRISTI

(Paulo Simonetti)

"A festa de Corpus Christi celebra, solenemente, o mistério da Eucaristia - o Sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo.

Acontece sempre na quinta-feira após o dia de Pentecostes, em alusão à Quinta-feira Santa, quando se deu a instituição deste Sacramento.

Durante a última ceia de Jesus com Seus apóstolos, Ele mandou que celebrassem Sua lembrança, comendo o pão e bebendo o vinho que se transformariam em Seu Corpo e Sangue (cf. Jo 6,55-59).

No Brasil, a festa passou a integrar o calendário religioso de Brasília, em 1961, quando uma pequena procissão saiu da Igreja de madeira de Santo Antônio e seguiu até a igrejinha de Nossa Senhora de Fátima.

A celebração de Corpus Christi inclui Missa, adoração ao Santíssimo Sacramento e procissão, que lembra a caminhada do povo de Deus."



Fonte: Jornal da Gospa, Ano 2, Nº 007



PENTECOSTES

"Pentecostes, do grego pentekosté, é o quinquagésimo dia após a Páscoa, onde se celebra o envio do Espírito Santo à Igreja. Em cumprimento à promessa de Jesus, o Espírito enviado sobre os apóstolos.Assim, Cristo continua presente na Igreja, que é continuadora da Sua missão.

Nas palavras do Patriarca Atenágoras (1948-1972), a importância de Pentecostes: "Sem o Espírito Santo, Deus está distante, o Cristo permanece no passado, o evangelho uma letra morta, a Igreja uma simples organização, a autoridade um poder, a missão uma propaganda, o culto um arcaísmo e a ação moral uma ação de escravos".

O Espírito traz presente o Ressuscitado à Sua Igreja e lhe garante a vida e a eficácia da missão.

Para os cristãos, a festa marca o nascimento da Igreja e sua vocação à missão universal."

(Paulo Simonetti)

Fonte: Jornal da Gospa, Ano 2, Nº 007.


TEMPO PASCAL

(Paulo Simonetti)
 
"Após a Quaresma, entramos no Tempo Pascal: tempo de alegria e exultação pela nova vida que o Senhor nos conquistou, pagando com sua entrega na cruz, o alto preço de nosso resgate.

A cor litúrgica é branca, símbolo da pureza e da alegria (estamos limpos do pecado) e a presença do Círio Pascal é marcante como símbolo do Cristo Ressuscitado, coluna de LUZ que vai à frente do seu povo.

Todo o tempo pascal, que se estende por 7 semanas até a Festa de Pentecostes, é marcado não apenas nos domingos, mas também durante os outros dias da semana pelos textos de Atos dos Apóstolos e do Evangelho de São João.

São trechos que mostram a fé das primeiras comunidades cristãs e convidam a fazer da nossa vida uma contínua páscoa, seguindo fielmente os passos de Jesus, dando testemunho no mundo."

Fonte: Jornal da Gospa, Ano 2, Nº 007



DIGNIDADE - CIC





D.24 DIGNIDADE

D.24.1 Causar dor aos animais como ofensa à dignidade humana


§2418 É contrário à dignidade humana, fazer os animais sofrerem inutilmente e desperdiçar suas vidas. É igualmente indigno gastar com eles o que deveria prioritariamente aliviar a miséria dos homens. Pode-se amar os animais, porém não se deve orientar para eles o afeto devido exclusivamente às pessoas.



D.24.2 Desemprego ofensa à dignidade


§2436 É injusto não pagar aos organismos de seguridade social as cotas estipuladas pelas autoridades legítimas.
A privação do trabalho por causa do desemprego é quase sempre, para quem a sofre, um atentado à dignidade e uma ameaça ao equilíbrio da vida. Além do prejuízo pessoal para o desempregado, corre também inúmeros riscos o seu lar.



D.24.3 Dignidade da pessoa humana

D.24.4 Dignidade do amor conjugal


§1632 Para que o "sim" dos esposos seja um ato livre e responsável e para que a aliança matrimonial tenha bases humanas e cristãs sólidas e duráveis, a preparação para o casamento é de primeira importância:
  • O exemplo e o ensinamento dos pais e da família continuam sendo o caminho privilegiado desta preparação.
  • O papel dos pastores e da comunidade cristã como "família de Deus" é indispensável para a transmissão dos valores humanos e cristãos do Matrimônio e da família, e mais ainda porque em nossa época muitos jovens conhecem a experiência dos lares desfeitos que não garantem mais suficientemente esta iniciação (feita dentro da família).
  • Os jovens devem ser instruídos convenientemente e a tempo sobre a dignidade, a função e o exercício do amor conjugal, a fim de que, preparados no cultivo da castidade, possam passar, na idade própria, do noivado honesto para as núpcias.



D.24.5 Dignidade do amor elevado à dignidade do Sacramento

§1601 "A aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma comunhão da vida toda, é ordenada por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à geração e educação da prole, e foi elevada, entre os batizados, à dignidade de sacramento por Cristo Senhor."

§1603 "A íntima comunhão de vida e de amor conjugal que o Criador fundou e dotou com suas leis [...] O próprio [...] Deus é o autor do matrimônio. "A vocação para o Matrimônio está inscrita na própria natureza do homem e da mulher, conforme saíram da mão do Criador. O casamento não é uma instituição simplesmente humana, apesar das inúmeras variações que sofreu no curso dos séculos, nas diferentes culturas, estruturas sociais e atitudes espirituais. Essas diversidades não devem fazer esquecer os traços comuns e permanentes. Ainda que a dignidade desta instituição não transpareça em toda parte com a mesma clareza, existe, contudo, em todas as culturas, um certo sentido da grandeza da união matrimonial. "A salvação da pessoa e da sociedade humana está estreitamente ligada ao bem-estar da comunidade conjugal e familiar."
§1638 "Do Matrimônio válido origina-se entre os cônjuges um vínculo que, por sua natureza, é perpétuo e exclusivo; além disso, no Matrimônio cristão, os cônjuges são robustecidos e como que consagrados por um sacramento especial aos deveres e à dignidade de seu estado."
§1660 O pacto matrimonial, pelo qual um homem e uma mulher constituem entre si uma íntima comunidade de vida e de amor, foi fundado e dotado de suas leis próprias pelo Criador - uma natureza, é ordenado ao bem dos cônjuges, como também à geração e educação dos filhos. Entre os batizados, foi elevado, por Cristo Senhor, à dignidade de sacramento.


D.24.6 Dignidade do corpo humano imagem de Deus

§364 A pessoa humana, criada à imagem de Deus, é um ser ao mesmo tempo corporal e espiritual. O relato bíblico exprime esta realidade com uma linguagem simbólica, ao afirmar que "O Senhor Deus modelou o homem com a argila do solo, insuflou em suas narinas um hálito de vida e o homem se tornou um ser vivente" (Gn 2,7). Portanto, o homem em sua totalidade é querido por Deus.

§1004 Enquanto aguardam esse dia, o corpo e a alma do crente participam desde já da dignidade de ser "de Cristo"; daí a exigência do respeito para com seu próprio corpo, mas também para com o de outrem, particularmente quando este sofre:
O corpo é para o Senhor, e o Senhor é para o corpo. Ora, Deus, que ressuscitou o Senhor, ressuscitará também a nós por seu poder. Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo? (...) Não pertenceis a vós mesmos. (...) Glorificai, portanto, a Deus em vosso corpo (1Cor 6,5.19-20).


D.24.7 Dignidade do homem criado por Deus

§306 Deus é o Senhor soberano de seus desígnios. Mas, para a realização dos mesmos, serve-se também do concurso das criaturas. Isso não é um sinal de fraqueza, mas da grandeza e da bondade do Deus Todo-Poderoso. Pois Deus não somente dá às suas criaturas o existir, mas também a dignidade de agirem elas mesmas, de serem causas e princípios umas das outras e de assim cooperarem no cumprimento de seu desígnio.

§308 Eis uma verdade inseparável da fé em Deus Criador: Deus age em todo o agir de suas criaturas. E é a causa primeira que opera nas causas segundas e por meio delas:

"Pois é Deus quem opera em vós o querer e o operar, segundo a sua vontade" (Fl 2,13). Longe de diminuir a dignidade da criatura, esta verdade a realça. Tirada do nada pelo poder, sabedoria, bondade de Deus, a criatura não pode nada se for cortada de sua origem, pois "a criatura sem o Criador se esvai"; muito menos pode atingir seu fim último sem a ajuda da graça.


D.24.8 Dignidade do povo de Deus

§782 O Povo de Deus tem características que o distinguem nitidamente de todos os agrupamentos religiosos, étnicos, políticos ou culturais da história:
  • Ele é o Povo de Deus: Deus não pertence, como propriedade, a nenhum povo. Mas adquiriu para si um povo dentre os que outrora não eram um povo: "Uma raça eleita, um sacerdócio régio, uma nação santa" (1Pd 2,9).
  • A pessoa torna-se membro deste povo não pelo nascimento físico, mas pelo "nascimento do alto", "da água e do Espírito" (Jo 3,3-5), isto é, pela fé em Cristo e pelo Batismo.
  • Este povo tem por Chefe (Cabeça) Jesus Cristo (Ungido, Messias); pelo fato de a mesma Unção, o Espírito Santo, fluir da Cabeça para o Corpo, ele é "o Povo messiânico".
  • A condição deste povo é a dignidade da liberdade dos filhos de Deus: nos corações deles, como em um templo, reside o Espírito Santo.
  • "Sua lei é o mandamento novo de amar como Cristo mesmo nos amou." É a lei "nova" do Espírito Santo.
  • Sua missão é ser o sal da terra e a luz do mundo. "Ele constitui para todo o gênero humano o mais forte germe de unidade, esperança e salvação."
  • Finalmente, sua meta é "o Reino de Deus, iniciado na terra por Deus mesmo, Reino a ser estendido mais e mais, até que, no fim dos tempos, seja consumado por Deus mesmo".
§786 O Povo de Deus participa finalmente da função régia de Cristo. Cristo exerce sua realeza atraindo para si todos os homens por sua morte e Ressurreição. Cristo, Rei e Senhor do universo, se fez servidor de todos, não veio "para ser servido, mas para servir e para dar sua vida em resgate por muitos" (Mt 20,28). Para o cristão, "reinar é servir", particularmente "nos pobres e nos sofredores, nos quais a Igreja reconhece a imagem de seu Fundador pobre e sofredor". O povo de Deus realiza sua "dignidade régia" vivendo em conformidade com esta vocação de servir com Cristo.
Todos os que renasceram em Cristo obtiveram, pelo sinal da cruz, a dignidade real e, pela unção do Espírito Santo, receberam a consagração sacerdotal. Por isso, não obstante o serviço especial do nosso ministério, todos os cristãos foram revestidos de um carisma espiritual que os torna membros desta família de reis e deste povo de sacerdotes. Não será, na verdade, função régia o fato de uma alma, submetida a Deus, governar seu corpo? E não será função sacerdotal consagrar ao Senhor uma consciência pura e oferecer no altar do coração a hóstia imaculada de nossa piedade?



D.24.9 Dignidade dos sacerdotes

§1587 O dom espiritual conferido pela ordenação presbiteral se expressa por esta oração própria do rito bizantino. O bispo, impondo a mão, diz entre outras coisas:

Senhor, dignai-vos cumular do dom do Espírito Santo aquele que vos dignastes elevar ao grau do sacerdócio, a fim de que seja digno de manter-se irrepreensível diante de vosso altar, anunciar o Evangelho de vosso Reino, cumprir o ministério de vossa palavra de verdade, oferecer dons e sacrifícios espirituais, renovar vosso povo pelo banho da regeneração, de forma que ele próprio se encaminhe para o grande Deus e Salvador Jesus Cristo, vosso Filho único, no dia de sua segunda vinda, e que receba de vossa imensa bondade a recompensa de uma fiel administração de sua ordem.
§1595 Os presbíteros estão unidos aos bispos na dignidade sacerdotal e ao mesmo tempo dependem deles no exercício de suas junções pastorais; são chamados a ser atentos cooperadores dos Bispos; formam em torno de seu Bispo o "presbitério", que com ele é responsável pela Igreja particular. Recebem do Bispo o encargo de uma comunidade paroquial ou de uma junção eclesial determinada.


D.24.10 Dignidade igual do homem e da mulher

§369 O homem e a mulher são criados, isto é, são queridos por Deus: por um lado, em perfeita igualdade como pessoas humanas e, por outro, em seu ser respectivo de homem e de mulher. "Ser homem, 'ser mulher" é uma realidade boa e querida por Deus: o homem e a mulher têm uma dignidade inadmissível que lhes vem diretamente de Deus, seu Criador. O homem e a mulher são criados em idêntica dignidade, "à imagem de Deus". Em seu "ser-homem" e seu "ser-mulher" refletem a sabedoria e a bondade do Criador.

§2334 "Ao criar o ser humano, homem e mulher, Deus dá a dignidade pessoal de modo igual ao homem e à mulher." "O homem é uma pessoa, e isto na mesma medida para o homem e para a mulher, pois ambos são criados à imagem e à semelhança de um Deus pessoal."


D.24.11 Dignidade igual dos filhos de Deus

§872 "Entre todos os fiéis de Cristo, por sua regeneração em Cristo, vigora, no que se refere à dignidade e à atividade, uma verdadeira igualdade, pela qual todos, segundo a condição e os múnus próprios de cada um, cooperam na construção do Corpo de Cristo."

§1468 "Toda a força da Penitência reside no fato de ela nos reconstituir na graça de Deus e de nos unir a Ele com a máxima amizade." Portanto, a finalidade e o efeito deste sacramento é a reconciliação com Deus. Os que recebem o sacramento da Penitência com coração contrito e disposição religiosa "podem usufruir a paz e a tranquilidade da consciência, que vem acompanhada de uma intensa consolação espiritual". Com efeito, o sacramento da Reconciliação com Deus traz consigo uma verdadeira "ressurreição espiritual", uma restituição da dignidade e dos bens da vida dos filhos de Deus, entre os quais o mais precioso é a amizade de Deus (Cf Lc 15,32).
§1692 O Símbolo da fé professou a grandeza dos dons de Deus ao homem na obra de sua criação e, mais ainda, pela redenção e santificação. O que a fé confessa os sacramentos comunicam: pelos "sacramentos que os fizeram renascer", os cristãos se tornaram "filhos de Deus" (1Jo 3,1), "participantes da natureza divina" (Pd 1,4). Reconhecendo na fé sua nova dignidade, os cristãos são chamados a levar a partir de então uma "vida digna do Evangelho de Cristo". Pelos sacramentos e pela oração, recebem a graça de Cristo e os dons de seu Espírito, que os tomam capazes disso.
§1698 A referência primeira e última dessa catequese será sempre Jesus Cristo, que é "o caminho, a verdade e a vida" (Jo 14,6). Contemplando-o na fé, os fiéis podem esperar que Cristo realize neles suas promessas e, amando-o com o amor com que Ele os amou, façam as obras que correspondem à sua dignidade:
Peço que considereis que Jesus Cristo nosso Senhor é vossa verdadeira Cabeça e que vós sois um de seus membros. Ele é para vós o que a Cabeça é para os membros; tudo o que é dele é vosso, seu espírito, coração, corpo, alma e todas as suas faculdades, e deveis fazer uso disso como coisa vossa para servir, louvar, amar e glorificar a Deus. Vós sois em relação a Ele o que os membros são em relação à cabeça. Assim, Ele deseja ardentemente fazer uso de tudo o que está em vós para o serviço e a glória de seu Pai, como coisa sua.
Para mim , viver é Cristo (Fl 1,21)
§1934 Criados à imagem do Deus único, dotados de uma mesma alma racional, todos os homens têm a mesma natureza e a mesma origem. Resgatados pelo sacrifício de Cristo, todos são convidados a participar na mesma felicidade divina; todos gozam, portanto, de igual dignidade.


D.24.12 Dignidade igual para todos os membros da família

§2203 Ao criar o homem e a mulher, Deus instituiu a família humana e dotou-a de sua constituição fundamental. Seus membros são pessoas iguais em dignidade. Para o bem comum de seus membros e da sociedade, a família implica uma diversidade de responsabilidades, de direitos e de deveres.


D.24.13 Dignidade pessoal igual dos cônjuges

§1645 "A unidade do Matrimônio é também claramente confirmada pelo Senhor mediante a igual dignidade do homem e da mulher como pessoas, a qual deve ser reconhecida no amor mútuo e perfeito." A poligamia é contrária a essa igual dignidade e ao amor conjugal, que é único e exclusivo.

D.24.14 Escândalo e respeito à dignidade alheia cf. Escândalo

§2284 O escândalo é a atitude ou o comportamento que leva outrem a praticar o mal. Aquele que escandaliza torna-se o tentador do próximo. Atenta contra a virtude e a retidão; pode arrastar seu irmão à morte espiritual. O escândalo constitui uma falta grave se, por ação ou omissão, conduzir deliberadamente o outro a uma falta grave.

§2285 O escândalo se reveste de uma gravidade particular em virtude da autoridade dos que o causam ou da fraqueza dos que o sofrem. Foi o que inspirou a Nosso Senhor a seguinte maldição "Caso alguém escandalize um destes pequeninos, melhor será que lhe pendurem ao pescoço uma pesada mó e seja precipitado nas profundezas do mar" (Mt 18,6). O escândalo é grave quando é dado por aqueles que, por natureza ou por função, devem ensinar e educar os outros. Jesus censura os escribas e os fariseus, comparando-os a lobos disfarçados de cordeiros
§2286 O escândalo pode ser provocado pela lei ou pelas instituições, pela moda ou pela opinião.
Tomam-se, portanto, culpados de escândalo aqueles que instituem leis ou estruturas sociais que levam à degradação dos costumes e à corrupção da vida religiosa ou a "condições sociais que, voluntariamente ou não, tornam difícil e praticamente impossível uma conduta cristã conforme aos mandamentos". O mesmo vale para chefes de empresas que fazem regulamentos que incitam à fraude, para professores que "exasperam" os alunos ou para aqueles que, manipulando a opinião pública, a afastam dos valores morais.
§2287 Quem usa os poderes de que dispõe de tal maneira que induzam ao mal torna-se culpado de escândalo e responsável pelo mal que, direta ou indiretamente, favorece. "É inevitável que haja escândalos, mas ai daquele que os causar" (Lc 17,1).
O RESPEITO À SAÚDE

§2288 A vida e a saúde física são bens preciosos doados por Deus. Devemos cuidar delas com equilíbrio, levando em conta as necessidades alheias e o bem comum.
O cuidado com a saúde dos cidadãos requer a ajuda da sociedade para obter as condições de vida que permitam crescer e atingir a maturidade: alimento, roupa, moradia, cuidado da saúde, ensino básico, emprego, assistência social.
§2289 Se a moral apela para o respeito à vida corporal, não faz desta um valor absoluto, insurgindo-se contra uma concepção neopagã que tende a promover o culto do corpo, a tudo sacrificar-lhe, a idolatrar a perfeição física e o êxito esportivo. Em razão da escolha seletiva que faz entre os fortes e os fracos, tal concepção pode conduzir à perversão das relações humanas.
§2290 A virtude da temperança manda evitar toda espécie de exceção, o abuso da comida, do álcool, do fumo e dos medicamentos. Aqueles que, em estado de embriaguez ou por gosto imoderado pela velocidade, põem em risco a segurança alheia e a própria, nas estradas, no mar ou no ar, tomam-se gravemente culpáveis.
§2291 O uso da droga causa gravíssimos danos à saúde e à vida humana. Salvo indicações estritamente terapêuticas, constitui falta grave. A produção clandestina e o tráfico de drogas são práticas escandalosas; constituem uma cooperação direta com o mal, pois incitam a práticas gravemente contrárias à lei moral.
O RESPEITO À PESSOA E À PESQUISA CIENTÍFICA

§2292 As experiências científicas, médicas ou psicológicas em pessoas ou grupos humanos podem concorrer para a cura dos doentes e para o progresso da saúde pública.
§2293 A pesquisa científica de base, como a pesquisa aplicada, constituem uma expressão significativa do domínio do homem sobre a criação. A ciência e a técnica são recursos preciosos postos a serviço do homem e promovem seu desenvolvimento integral em benefício de todos; contudo, não podem indicar sozinhas o sentido da existência e do progresso humano. A ciência e a técnica estão ordenadas para o homem, do qual provêm sua origem e seu crescimento; portanto, encontram na pessoa e em seus valores morais a indicação de sua finalidade e a consciência de seus limites.
§2294 É ilusório reivindicar a neutralidade moral da pesquisa científica e de suas aplicações. Além disso, os critérios de orientação não podem ser deduzidos nem da simples eficácia técnica nem da utilidade que possa derivar daí para uns em detrimento dos outros, e muito menos das ideologias dominantes. A ciência e a técnica exigem, por seu próprio significado intrínseco, o respeito incondicional dos critérios fundamentais da moralidade; devem estar a serviço da pessoa humana, de seus direitos inalienáveis, de seu bem verdadeiro e integral, de acordo com o projeto e a vontade de Deus.
§2296 O transplante de órgãos é conforme à lei moral se os riscos e os danos físicos e psíquicos a que se expõe o doador são proporcionais ao bem que se busca para o destinatário. A doação de órgãos após a morte é um ato nobre e meritório e merece ser encorajado como manifestação de generosa solidariedade. O transplante de órgãos não é moralmente aceitável se o doador ou seus representante legais não tiverem dado seu expresso consentimento para tal. Além disso, é moralmente inadmissível provocar diretamente mutilação que venha a tornar alguém inválido ou provocar diretamente a morte, mesmo que seja para retardar a morte de outras pessoas.
O RESPEITO À INTEGRIDADE CORPORAL

§2297 Os sequestros e a tomada de reféns fazem reinar o terror e, pela ameaça, exercem pressões intoleráveis sobre as vítimas. São moralmente ilegítimos. O terrorismo ameaça, fere e mata sem discriminação; isso é gravemente contrário à justiça e à caridade. A tortura, que usa de violência física ou moral para arrancar confissões, castigar culpados, amedrontar opositores, satisfazer o ódio, é contrária ao respeito pela pessoa e pela dignidade humana. Fora das indicações médicas de ordem estritamente terapêutica, as amputações, mutilações de esterilizações diretamente voluntárias de pessoas inocentes contrárias à lei moral.
§2298 Em tempos passados, práticas cruéis foram comumente utilizadas por governos legítimos para manter a lei e a ordem, muitas vezes sem protesto dos pastores da Igreja, os quais adotaram eles em si mesmos, em seus próprios tribunais, prescrições do direito romano sobre a tortura. Ao lado destes fatos lamentáveis, a Igreja sempre ensinou o dever de clemência e misericórdia: proibiu aos clérigos derramarem sangue. Em tempos recentes, ficou evidente que essas práticas cruéis não eram nem necessárias para a ordem pública nem estavam de acordo com os direitos legítimos da pessoa humana. Ao contrário, essas práticas conduzem às piores degradações. É preciso trabalhar por sua abolição. É preciso orar pelas vitimas e por seus algozes.
O RESPEITO AOS MORTOS

§2299 Deve-se dispensar atenção e cuidado aos moribundos, para ajudá-los a viver seus últimos momentos na dignidade e na paz. Devem também ser ajudados pela oração dos familiares. Estes cuidarão para que os doentes recebam em tempo oportuno os sacramentos que preparam para o encontro com o Deus vivo.
§2300 Os corpos dos defuntos devem ser tratados com respeito e caridade, na fé e na esperança da ressurreição. O enterro dos mortos é uma obra de misericórdia corporal que honra os filhos de Deus, templos do Espírito Santo.
§2301 A autópsia de cadáveres pode ser moralmente admitida por motivos de investigação legal ou de pesquisa científica. A doação gratuita de órgãos após a morte é legítima e pode ser meritória.
A Igreja permite a cremação, se esta não manifestar uma posição contrária à fé na ressurreição dos corpos.


D.24.15 Lucro e dignidade

§2424 Uma teoria que faz do lucro a regra exclusiva e o fim último da atividade econômica é moralmente inaceitável. O apetite desordenado pelo dinheiro não deixa de produzir seus efeitos perversos. Ele é uma das causas dos numerosos conflitos que perturbam a ordem social.

Um sistema que "sacrifica os direitos fundamentais das pessoas e dos grupos à organização coletiva da produção" é contrário à dignidade do homem. Toda prática que reduz as pessoas a não serem mais que meros meios que têm em vista o lucro escraviza o homem, conduz à idolatria do dinheiro e contribui para difundir o ateísmo. "Não podeis servir ao mesmo tempo a Deus e ao dinheiro" (Mt 6,24; Lc 16,13).


D.24.16 Ofensas à dignidade pessoal cf. Respeito

§1487 Quem peca fere a honra de Deus e seu amor, sua própria dignidade de homem chamado a ser filho de Deus e a saúde espiritual da Igreja, da qual cada cristão é uma pedra viva.

§2261 A Escritura determina com precisão a proibição do quinto mandamento: "Não matarás o inocente nem o justo" (Ex 23,7). O assassinato voluntário de um inocente é gravemente contrário à dignidade do ser humano, à regra de ouro e à santidade do Criador. A lei que o proscreve é universalmente válida, isto é, obriga a todos e a cada um, sempre e em toda parte.
§2275 "Certas tentativas de intervenção sobre o patrimônio cromossômico ou genético não são terapêuticas, mas tendem à produção de seres humanos selecionados segundo o sexo ou outras qualidades preestabelecidas. Essas manipulações são contrárias à dignidade pessoal do ser humano, à sua integridade e à sua identidade" única, não reiterável.

§2295 As pesquisas ou experiências no ser humano não podem legitimar atos em si mesmos contrários à dignidade das pessoas e à lei moral. O consentimento eventual dos sujeitos não justifica tais atos. A experiência em seres humanos não é moralmente legítima se fizer a vida ou a integridade física e psíquica do sujeito correrem riscos desproporcionais ou evitáveis. A experiência em seres humanos não atende aos requisitos da dignidade da pessoa se ocorrer sem o consentimento explícito do sujeito ou de seus representantes legais.
§2324 A eutanásia voluntária, sejam quais forem as formas e os motivos, constitui um assassinato. É gravemente contrária à dignidade da pessoa humana e ao respeito do Deus vivo, seu Criador.
§2353 A inveja é a tristeza sentida diante do bem de outrem e o desejo imoderado de dele se apropriar. É um vício capital.
§2554 O batizado combate a inveja pela benevolência, pela humildade e pelo abandono nas mãos da Providência divina.
§2555 Os fiéis de Cristo "crucificaram a carne com suas paixões concupiscência" (Gl 5,24); são conduzidos pelo Espírito e seguem os desejos dele.
§2377 Praticadas entre o casal, estas técnicas (inseminação e fecundação artificiais homólogas) são talvez menos claras a um juízo imediato, mas continuam moralmente inaceitáveis. Dissociam o ato sexual do ato procriador. O ato fundante da existência dos filhos já não é um ato pelo qual duas pessoas se doam uma à outra, mas um ato que remete à vida e à identidade do embrião para o poder dos médicos e biólogos, e instaura um domínio da técnica sobre a origem e a destinação da pessoa humana. Tal relação de dominação é por si contrária à dignidade e à igualdade que devem ser comuns aos pais e aos filhos". "A procriação é moralmente privada de sua perfeição própria quando não é querida como o fruto do ato conjugal, isto é, do gesto específico da união dos esposos... Somente o respeito ao vínculo que existe entre os significados do ato conjugal e o respeito pela unidade do ser humano permite uma procriação de acordo com a dignidade da pessoa."
§2414 O sétimo mandamento proíbe os atos ou empreendimentos que, por qualquer razão que seja, egoísta ou ideológica, mercantil ou totalitária, levam a escravizar seres humanos, a desconhecer sua dignidade pessoal, a comprá-los, a vendê-los e a trocá-los como mercadorias. É um pecado contra a dignidade das pessoas e contra seus direitos fundamentais reduzí-las, pela violência, a um valor de uso ou a uma fonte lucro. S. Paulo ordenava a um patrão cristão que tratasse seu escravo cristão "não mais como escravo, mas como um irmão..., como um homem, no Senhor" (Fm 16).

D.24.17 Razões e sinais da dignidade

§27 O desejo de Deus está inscrito no coração do homem, já que o homem é criado por Deus e para Deus; e Deus não cessa de atrair o homem a si, e somente em Deus o homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar:

O aspecto mais sublime da dignidade humana está nesta vocação do homem à comunhão com Deus. Este convite que Deus dirige ao homem, de dialogar com ele, começa com a existência humana. Pois se o homem existe, é porque Deus o criou por amor e, por amor, não cessa de dar-lhe o ser, e o homem só vive plenamente, segundo a verdade, se reconhecer livremente este amor e se entregar ao seu Criador.
§356 De todas as criaturas visíveis, só o homem é "capaz de conhecer e amar seu Criador"; ele é "a única criatura na terra que Deus quis por si mesma"; só ele é chamado a compartilhar, pelo conhecimento e pelo amor, a vida de Deus. Foi para este fim que o homem foi criado, e aí reside a razão fundamental de sua dignidade:
Que motivo vos fez constituir o homem em dignidade tão grande? O amor inestimável pelo qual enxergastes em vós mesmo vossa criatura, e vos apaixonastes por ela; pois foi por amor que a criastes, foi por amor que lhe destes um ser capaz de degustar vosso Bem eterno.
§357 Por ser à imagem de Deus, o indivíduo humano tem a dignidade de pessoa: ele não é apenas alguma coisa, mas alguém. É capaz de conhecer-se, de possuir-se e de doar-se livremente e entrar em comunhão com outras pessoas, e é chamado, por graça, a uma aliança com seu Criador, a oferecer-lhe uma resposta de amor que ninguém mais pode dar em seu lugar.
§1700 A dignidade da pessoa humana se fundamenta em sua criação à imagem e semelhança de Deus (artigo 1); realiza-se em sua vocação à bem-aventurança divina (artigo 2). Cabe ao ser humano a livre iniciativa de sua realização (artigo 3). Por seus atos deliberados (artigo 4), a pessoa humana se conforma ou não ao bem prometido por Deus e atestado por sua consciência moral (artigo 5). As pessoas humanas se edificam e crescem interiormente: fazem de toda sua vida sensível e espiritual matéria de crescimento (artigo 6). Com a ajuda da graça, crescem na virtude (artigo 7), evitam o pecado e, se o tiverem cometido, voltam como o filho pródigo, para a misericórdia de nosso Pai do Céus (artigo 8). Chegam, assim, à perfeição da caridade.
§1706 Por sua razão, o homem conhece a voz de Deus, que o insta a "fazer o bem e a evitar o mal". Cada qual é obrigado a seguir esta lei que ressoa na consciência e se cumpre no amor a Deus e ao próximo. O exercício da vida moral atesta a dignidade da pessoa.
§1730 Deus criou o homem dotado de razão e lhe conferiu dignidade de uma pessoa agraciada com a iniciativa e o domínio de seus atos. "Deus deixou o homem nas mãos de sua própria decisão" (Eclo 15,14), para que pudesse ele mesmo procurar seu Criador e, aderindo livremente a Ele, chegar à plena e feliz perfeição.
O homem é dotado de razão e por isso é semelhante a Deus: foi criado livre e senhor de seus atos.
§1956 Presente no coração de cada homem e estabelecida pela razão, a lei natural é universal em seus preceitos, e sua autoridade se estende a todos os homens. Ela exprime a dignidade da pessoa e determina a base de seus direitos e de seus deveres fundamentais:
Existe, sem dúvida, uma verdadeira lei: é a reta razão. Conforme à natureza, difundida em todos os homens, ela é imutável e eterna; suas ordens chamam ao dever; suas proibições afastam do pecado. (...) É um sacrilégio substituí-la por uma lei contrária; é proibido não aplicar uma de suas disposições; quanto a ab-rogá-la inteiramente, ninguém tem a possibilidade de fazê-lo.
§2524 As formas revestidas pelo pudor variam de uma cultura a outra. Em toda parte, porém, ele permanece como o pressentimento de uma dignidade espiritual própria do homem. O pudor nasce pelo despertar da consciência do sujeito. Ensinar o pudor a crianças e adolescentes é despertá-los para o respeito à pessoa humana.


D.24.18 Respeito e defesa da dignidade

§1929 Só se pode conseguir a justiça social no respeito à dignidade transcendente do homem. A pessoa representa o fim último da sociedade, que por sua vez lhe está ordenada.

A defesa e a promoção da dignidade da pessoa humana nos foram confiadas pelo Criador. Em todas as circunstâncias da história, os homens e as mulheres são rigorosamente responsáveis e obrigados a esse dever.
§2158 Deus chama a cada um por seu nome. O nome de todo homem é sagrado. O nome é o ícone da pessoa. Exige respeito, em sinal da dignidade de quem o leva.
§2235 Aqueles que são investidos de autoridade devem exercê-la como um serviço. "Aquele que quiser tornar-se grande entre vós, seja aquele que serve" (Mt 20,26). O exercício de uma autoridade é moralmente limitado por sua origem divina, por sua natureza racional e por seu objeto específico. Ninguém pode mandar ou instituir o que é contrário à dignidade das pessoas e à lei natural.
§2238 Aqueles que estão sujeitos à autoridade considerarão seus superiores como representantes de Deus, que os instituiu ministros de seus dons: "Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor... Comportai-vos como homens livres não usando a liberdade como cobertura para o mal, mas como servos de Deus" (1 Pd 2,13.16). A leal colaboração dos cidadãos inclui o direito e, às vezes, o dever, de apresentar suas justas reclamações contra o que lhes parece prejudicial à dignidade das pessoas e ao bem da comunidade.
§2267 O ensino tradicional da Igreja não exclui, depois de comprovadas cabalmente a identidade e a responsabilidade de culpado, o recurso à pena de morte, se essa for a única via praticável para defender eficazmente a vida humana contra o agressor injusto.
Se os meios incruentos bastarem para defender as vidas humanas contra o agressor e para proteger a ordem pública e a segurança das pessoas, a autoridade se limitará a esses meios, porque correspondem melhor às condições concretas do bem comum e estão mais conformes à dignidade da pessoa humana.
§2279 Mesmo quando a morte é considerada iminente, os cuidados comumente devidos a uma pessoa doente não podem ser legitimamente interrompidos. O emprego de analgésicos para aliviar os sofrimentos do moribundo, ainda que com o risco de abreviar seus dias, pode ser moralmente conforme à dignidade humana se a morte não é desejada, nem como fim nem como meio, mas somente prevista e tolerada como inevitável. Os cuidados paliativos constituem uma forma privilegiada de caridade desinteressada. Por esta razão devem ser encorajados.

O RESPEITO AOS MORTOS

§2304 O respeito e o desenvolvimento da vida humana exigem a paz. A paz não é somente ausência de guerra e não se limita a garantir o equilíbrio das forças adversas. A paz não pode ser obtida na terra sem a salvaguarda dos bens das pessoas, sem a livre comunicação entre os seres humanos, o respeito pela dignidade das pessoas e dos povos, a prática assídua da fraternidade. É a "tranquilidade da ordem", "obra da justiça" (Is 32,17) e efeito da caridade.
§2402 No começo, Deus confiou a terra e seus recursos à administração comum da humanidade, para que cuidasse dela, a dominasse por seu trabalho e dela desfrutasse. Os bens da criação são destinados a todo o gênero humano. A terra está, contudo, repartida entre os homens para garantir a segurança de sua vida, exposta à penúria e ameaçada pela violência. A apropriação dos bens é legítima para garantir a liberdade e a dignidade das pessoas, para ajudar cada um a prover suas necessidades fundamentais e as daqueles de quem está encarregado. Deve também permitir que se manifeste uma solidariedade natural entre os homens.
§2407 Em matéria econômica, o respeito à dignidade humana exige a prática da virtude da temperança, para moderar o apego aos bens deste mundo; da virtude da justiça, para preservar os direitos do próximo e lhes dar o que lhes é devido; e da solidariedade, segundo a regra áurea e segundo a liberalidade do Senhor, que "se fez pobre, embora fosse rico, para nos enriquecer com sua pobreza".
§2479 Maledicência e calúnia destroem a reputação e a honra do próximo. Ora, a honra é o testemunho social prestado à dignidade humana. Todos gozam de um direito natural à honra do próprio nome, à sua reputação e ao seu respeito. Dessa forma, a maledicência e a calúnia ferem as virtudes da justiça e da caridade.
§2494 A informação dos meios de comunicação social está a serviço do bem comum. A sociedade tem direito a uma informação fundada sobre a verdade, a liberdade, a justiça e a solidariedade:
O correto exercício desse direito exige que a comunicação seja, quanto ao objeto, sempre verídica e completa, dentro do respeito às exigências da justiça e da caridade; que ela seja, quanto ao modo, honesta e conveniente, quer dizer, que na aquisição e difusão das notícias observe absolutamente as leis morais, os direitos e a dignidade do homem.
§2521 A pureza exige o pudor. Este é uma parte integrante da esperança. O pudor preserva a intimidade da pessoa. Consiste na recusa de mostrar aquilo que deve ficar escondido. Está ordenado castidade, exprimindo sua delicadeza. Orienta os olhares e os gestos em conformidade com a dignidade das pessoas e de sua união.
§2526 O que se costuma chamar permissividade dos costumes se apoia numa concepção errônea da liberdade humana; para se edificar, esta última tem necessidade de se deixar educar previamente pela lei moral. Convém exigir dos responsáveis pela educação que deem à juventude um ensino respeitoso da verdade, das qualidades do coração e da dignidade moral e espiritual do homem.