Os que se amam querem-se para além do corpo: são cúmplices de alma.
Ele descobre nela o mistério e a importância de ser mulher, porque ela
ou é, ou será mãe dos seus filhos. Ela descobre nele o mistério e a
importância de ser homem, porque ele será ou é o pai dos seus filhos. O
que os move não é apenas o prazer do sexo: é o prazer da pertença, da
presença e da continuidade. Também há libido e desejo carnal, mas há um
algo mais que transcende ao corpo, à libido e ao desejo.
Para eles as palavras eu te amo, eu te quero, tem outra dimensão.
Ela pode contar com ele para o que der e vier, ele conta com ela,
sempre, para o que der e vier. Nem um, nem outro acham palavras para
descrever o que realmente sentem um pelo outro, mas um sabe o que o
outro sente.
Toda essa gama se sentimentos duradouros que incluem confiança,
esperança, perdão, admiração, desejo, eles condensam numa palavra:
"amor". Assim se tratam. E quando são religiosos, atribuem a Deus a
graça de um haver encontrado o outro. Num mundo de bilhões de pessoas,
de repente os dois se acharam e de tal maneira se encaixaram que há
séculos pareciam ter sido feitos um para o outro.
Era alguém como ele que ela buscava, alguém como ela que ele
buscava. Um dia, em algum lugar, em determinada circunstância, os dois
olhares se cruzaram. Não se imaginam separados nunca mais, nem mesmo na
eternidade.
É por isso que amar é diferente. Isto que se vê nas capas de
revistas de bancas, nos vídeos pornográficos, nos programas ousados de
televisão, em novelas, nas praias e nas ruas é desejo oculto ou expresso
de acasalamento momentâneo. Amar é outra coisa. Casais que se amam
sabem a diferença. Os que descobrem que não se amavam e pessoas que
jamais amaram, terão um pouco mais de dificuldade para entender esta
relação. Por isso, é preciso ouvir os que amam. São donos de si mesmos,
mas sabem que já não se pertencem. Amam-se porque um descobriu parte do
mistério do outro! O que falta eles pretendem descobrir durante um longo
casamento. O amor quando é amor, trabalha com o mistério do tempo...
1. Havia
um homem, sufita de Ramataim, na montanha de Efraim. Chamava-se
Elcana e era filho de Jeroam, filho de Eliú, filho de Tou, filho de Suf,
o efraimita.
2. Elcana tinha duas mulheres; uma chamava-se Ana e a outra,
Fenena. Fenena tinha filhos; Ana, porém, não tinha filhos.
3. Todos os
anos, Elcana subia da sua cidade para adorar e oferecer
sacrifícios ao SENHOR dos exércitos, em Silo. Lá eram sacerdotes do
SENHOR os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias.
4. No dia de oferecer o sacrifício, Elcana dava à sua mulher Fenena e a todos
os seus filhos e filhas as porções costumeiras.
5. A Ana, porém, dava uma
porção escolhida, pois era a Ana que amava, mas o SENHOR a tinha
deixado estéril.
6. Além disso, sua rival a magoava e atormentava,
deixando-a perturbada porque o SENHOR a tornara estéril.
7. Elcana fazia
assim todos os anos, e sempre que subiam à casa do
SENHOR, Fenena provocava Ana desse jeito; e Ana chorava e não
comia.
8. Então, Elcana, seu marido, lhe disse: “Ana, por que estás
chorando e
não te alimentas? E por que se aflige o teu coração? Acaso não sou eu
melhor para ti do que dez filhos?”
9. Depois que em Silo comeram e
beberam, Ana levantou-se. O sacerdote Eli
estava sentado em sua cadeira, à entrada do santuário do SENHOR.
10. Ana,
cheia de amargura, em profusão de lágrimas, orou ao SENHOR.
11. Fez a
seguinte promessa: “SENHOR dos exércitos, se olhares para a
aflição de tua serva e de mim te lembrares, se não te esqueceres da tua
escrava e lhe deres um filho homem, eu o oferecerei a ti por toda a
vida, e não passará navalha sobre a sua cabeça”.
12. Como ela se demorasse
nas preces diante do SENHOR, Eli observava o movimento de seus
lábios.
13. Ana apenas murmurava: seus lábios se moviam, mas não se ouvia
sua voz. Eli julgou que ela estivesse embriagada.
14. Por isso lhe disse:
“Até quando estarás bêbada? Tira essa bebedeira!”
15. Ana, porém,
respondeu: “Não é isso, meu senhor! Sou apenas uma mulher
muito infeliz; não bebi vinho nem bebida forte, mas derramei a minha
alma na presença do SENHOR.
16. Não consideres tua serva uma mulher
perdida, pois foi por minha excessiva dor e aflição que falei até
agora”.
17. Eli então lhe disse: “Vai em paz, e que o Deus de Israel te
conceda o que lhe pediste”.
18. Ela respondeu: “Que tua serva encontre
graça diante dos teus olhos”. E
a mulher foi embora, comeu, e seu semblante não era mais triste como antes.
19. Na manhã
seguinte, ela e seu marido levantaram-se muito cedo e
adoraram na presença do SENHOR, Depois voltaram para sua casa em Ramá.
Elcana uniu-se a Ana, sua mulher, e o SENHOR lembrou-se dela.
20. Ana
concebeu e, no devido tempo, deu à luz um filho. Chamou-o Samuel, porque
— disse ela — “eu o pedi ao SENHOR”.
(I Sm 1, 1-20)
Hoje, a Palavra vem nos mostrar a verdadeira Páscoa.
Vejam que, apesar de ser a mais amada por seu esposo, Ana era uma pessoa
triste. Elcana caprichava no amor que tinha por Ana ao lhe dar uma
porção redobrada de comida, mas para ela nada disso adiantava, pois ela
se anulava com sua condição. Anular-se é quando você mata dentro de si a
mulher e o homem novo. Quantos casais, hoje em dia, se anulam no
casamento, porque vão matando dentro de si o homem novo por meio de
palavras e de gestos.
Quando uma pessoa se anula, a personalidade vai virando cinza e pó, já
não existe mais alegria nem vibração na alma. Quantas pessoas, neste
momento, estão se sentindo anuladas na vida por causa das tribulações e
circunstâncias da vida! E mesmo que as pessoas que tanto nos amam nos
digam para sorrir, de nada adianta.
Há um momento, na vida, em que, quando se está no fundo do poço, a única
saída é para cima; dessa mesma forma, Ana decide levantar-se e orar a
Deus. Mesmo nula e cheia de amarguras, ela se levanta e ora ao Senhor.
Ela vai em busca do refúgio em Deus e recebe a ressurreição. Agora, ela
morre para si, e, nesse caso, o que morre é o homem velho. Anular-se é
matar o homem novo, é a ressurreição que Deus quer para nós.
Nos dias de hoje, muitas pessoas se levantam, mas não permanecem de
pé. Não basta apenas nos levantarmos, devemos ficar em pé e orar a Deus.
O que nós escolhemos, no dia de hoje, a morte do homem velho ou a morte
do homem novo? Faça sua escolha, queira morrer para si todos os dias.
Depois de orar, Ana faz um voto: pediu a graça de ter um filho e o
consagrou a Deus. Ela não pede o filho para si, mas coloca, acima de sua
maternidade, a vontade de Deus Pai e oferece seu filho a Ele. Isso é
morrer para si. Cada vez que morremos para nós, o Senhor age sobre
nossas vidas.
Depois que o sacerdote fala para Ana ir em paz, o seu semblante já não é
mais o mesmo. Ela já não era mais uma mulher anulada, mas uma mulher
nova, revigorada pela oração.
O convite da Palavra de Deus para nós, no dia de hoje, é "levantemo-nos e
oremos". Mas não basta apenas levantar, pois o que eu digo, hoje, para
você, meu irmão, é: "Levante-se e vá diante do Santíssimo Sacramento,
busque a Palavra de Deus, procure um sacerdote, vá em busca da
intimidade com o Senhor. Assim, você permanecerá em pé diante d'Ele.
O Catecismo da Igreja Católica nos ensina algo muito lindo a respeito
dessa súplica, desse derramar o coração diante do Senhor. Nós não somos
donos de nossa vida nem donos da verdade. Como criaturas, não somos nem
nossa origem, nem senhores das adversidades, tampouco nosso fim último.
Nós não temos controle sobre as adversidades que nos acontecem e também
não somos reis. Cada um deve morrer para si, a cada dia, como pecadores
que se afastam de Deus. Sabemos que nos afastamos do Pai, mas o pedido e
a súplica já são uma volta para Ele. A gente se vai, mas volta para o
Senhor. Hoje, somos chamados a voltar para Deus.
O Altíssimo nos atende da maneira que menos imaginamos. Às vezes, o que o
pedimos vem de uma forma diferente, mas o Senhor sempre nos escuta.
Como dizia Abraham Lincoln: “O que me preocupa não é saber se Deus está
ao meu lado, mas se eu estou ao lado d’Ele, pois eu sei que Ele está
sempre do lado certo.”
Se estivermos ao lado de Deus, nós seremos felizes.
Hoje que o desejo do seu coração seja estar na presença de Deus Pai.
Derrame o seu coração diante do Senhor. Mesmo diante do sofrimento,
coloque-se aos pés do Pai. Peça a graça de ser uma nova criatura e,
assim, a Páscoa acontecerá em seu coração.
Precisamos aprender a derramar o nosso coração em Deus. Não fique preso
aos seus medos ou aflições. Derrame o seu coração ao Senhor que Ele
agirá libertando-o do medo. Onde você estiver, não tenha medo, recorra
ao Senhor e fique em paz, pois Ele está com você. Nós agradecemos por
Sua santa Palavra no dia de hoje, Senhor.
1. Jerobaal
(isto é, Gedeão) levantou-se bem cedo. Ele e suas tropas
acamparam junto à fonte de Harad. O exército de Madiã estava acampado
mais a norte, no vale ao lado da colina de Moré.
2. O SENHOR disse a
Gedeão: “Estás levando gente demais contigo para que
eu entregue Madiã a suas mãos. Israel poderia gloriar-se às minhas
custas, dizendo: ‘Foi minha mão que me salvou’.
3. Portanto, dá este aviso
a todo mundo: ‘Quem estiver com medo e a
tremer, que volte e se retire do monte Gelboé’”. Então vinte e dois mil
homens da tropa voltaram, enquanto só dez mil ficaram.
4. O SENHOR tornou a
falar a Gedeão: “Ainda há gente demais. Manda-os
descer até à água. Lá, eu farei a seleção para ti. Quando eu te disser
‘este vai contigo’, ele irá; de quem eu te disser ‘este não vai
contigo’, esse voltará”.
5. Gedeão mandou o povo descer até à água. E o
SENHOR lhe disse: “Põe de
um lado os que lamberem a água com a língua, como faz o cão; e os que
beberem ajoelhados, põe do outro”.
6. Os que lamberam a água — levando-a à
boca com as mãos — foram trezentos. Todo o resto do povo bebeu a água
ajoelhado.
7. O SENHOR disse a Gedeão: “Eu vos salvarei com os trezentos
homens que
lamberam a água, entregando os madianitas em tuas mãos. E todo o resto
do povo pode ir para casa”.
8. As provisões e as trombetas foram
destinadas aos que iriam lutar. Ao
restante dos israelitas, Gedeão ordenou que se retirassem para as suas
tendas, enquanto reteve os trezentos consigo. Abaixo deles, no vale,
estava o acampamento dos madianitas.
(Jz 7,1-8)
Vejam, meus irmãos, que esse pequeno trecho nos traz
dois ensinamentos. Nós que vivemos nessa batalha diária, que vivemos num
constante combate espiritual, temos hoje duas receitas de vitória,
cujas respostas precisam estar corretas, assim como numa prova de
vestibular. Se você respondê-las corretamente terá a vitória no Senhor.
A primeira pergunta é: "Em quem você tem colocado sua segurança?"
Esse é o primeiro questionamento que Deus nos faz. Onde eu coloco minha
segurança hoje? Em Deus ou nos homens? Não podemos atribuir a nós
mesmos as conquistas de nossas vidas, ou escolher como vamos vencer,
pois é Deus quem nos guia para a vitória e toda honra e toda glória são
méritos d’Ele. Se coloco minha segurança em Deus é certo que Ele me dará
a vitória. Ele estará ao meu lado e me guiará.
E não nos enganemos em pensar que Deus nos abandonou quando tudo está
desmoronando ao nosso redor. O que acontece é que nós ainda estamos em
combate. O Catecismo da Igreja Católica já nos ensina que estamos
passando por um momento de luta, que antes da vinda gloriosa do Senhor, a
Igreja deve passar por uma provação final, que abalará a fé de muitos
crentes.
Meus irmãos, quantas vezes na vida vocês já sentiram a fé abalada?
Quantas adversidades fizeram a sua fé estremecer? Estamos em um momento
de luta e devemos colocar nossa segurança em Deus para que, lá na
frente, Ele nos dê a vitória. Por isso, coloque sua fé no Senhor.
A segunda pergunta é: "Como temos bebido a água da vida que Deus nos oferece?"
O Senhor oferece a água da vida para todos, Ele nos diz: “Aquele que
tem sede, venha a Mim e beba!” E nesta hora vemos que, em muitos
momentos, bebemos dessa água com medo, na covardia e ajoelhados. E na
Palavra o significado desse "ajoelhar-se" não é um sinal de adoração, é
um ajoelhar-se num ato de prostração. Não podemos ter medo, somos seres
humanos e amados por Nosso Senhor Jesus Cristo, não podemos beber a água
da vida como bois ou cavalos, temos que beber como verdadeiros
guerreiros. Somos chamados hoje a pensar do jeito de Deus e não do jeito
do mundo, como a maioria. Por isso, meu irmão, você que foi chamado a
pensar como o Senhor nos pede, reflita no modo como você tem bebido a
água da vida oferecida a você pelo Senhor: Como um covarde que murmura
ou como um valente guerreiro? Não permita que a vida o derrube! Beba
dessa água como um valente guerreiro!
Quero terminar dizendo a você que nós não somos covardes! Nós somos
filhos de Deus! Seguimos o Ressuscitado, Aquele que venceu a morte, por
isso é certa a nossa vitória. Peça ao Senhor, no dia de hoje, que lhe dê
forças para enfrentar as tribulações que tem vivido, peça ao Espírito
Santo essa água da vida. Se você vive um momento de batalha, se hoje a
Igreja vive um tempo de luta, não podemos fugir, com Deus é certa a
nossa vitória.
Nós queremos a vitória, Senhor, por essa razão tomamos posse dela.
Colocamos no Senhor toda nossa esperança. Vamos beber dessa água e
conquistar a vitória, porque o Senhor caminha conosco.
Neste momento, envolvidos pela graça de Deus, entregamos toda a nossa vida ao Senhor para que Ele seja nossa segurança. Amém!
9. O
amor seja sincero. Detestai o mal, apegai-vos ao bem.
10. Que o amor
fraterno vos una uns aos outros, com terna afeição, rivalizando-vos em
atenções recíprocas.
11. Sede zelosos e diligentes, fervorosos de
espírito, servindo sempre ao Senhor,
12. alegres na esperança, fortes na
tribulação, perseverantes na oração.
13. Mostrai-vos solidários com os
santos em suas necessidades, prossegui firmes na prática da
hospitalidade.
14. Abençoai os que vos perseguem, abençoai e não
amaldiçoeis.
15. Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que
choram.
16. Mantende um bom entendimento uns com os outros; não sejais
pretensiosos, mas acomodai-vos às coisas humildes. Não vos considereis
sábios aos próprios olhos.
(Rm 12,9-16)
Continue lendo os próximos versículos para que a
Palavra possa lhe dar diretrizes de como viver em comunhão com Deus e
com as pessoas à sua volta. A Palavra de hoje nos fala sobre o amor sem
fingimento, fala do amor sincero. E esta passagem bíblica nos mostra
como é esse amor sincero e o modo como ele se manifesta.
Nós sabemos que a vida espiritual é fruto da comunhão com Deus. A pessoa
fora da comunhão com o Senhor morre. E existem pecados que trazem
muitos males que são mortais, e quando um pecado mortal entra na vida de
uma pessoa, a vida de comunhão com Deus Pai é rompida.
Muitos acham que, depois de cometerem um erro grave ou mortal, fica
apenas o peso da culpa e nada mais. Mas até quando? O pecado mortal é o
começo do fim. É um golpe que nos insere numa realidade de morte.
E a Palavra de Deus, meditada hoje, nos pede que perseveremos nessa
comunhão e sigamos o caminho do Senhor. Se você quer agradar a Deus o
segredo é um só: é amar muito. Ame! Ame sem medida, assim você não terá
outra preocupação na vida. Santo Agostinho já dizia: “Ame e faça o que
quiseres”.
O verdadeiro amor nunca nos faz pecar, porque ele faz com que coloquemos
Deus em primeiro lugar. Se você quer ser agradável ao Senhor e ter uma
vida de santidade, basta amar sem medidas, amar com sinceridade. E que
esse amor seja paciente, pois, para seguir esse caminho, é preciso
suportar ironias e deboches, e até mesmo um amor não correspondido. Para
tudo isso é necessário ter paciência para não desistir.
O Senhor compara a Palavra de hoje a uma semente. Para que o bem
aconteça no outro é preciso plantar e regar essa semente para que ela
brote, e isso requer paciência. Ter paciência é aceitar a dor que
acompanha o amor. Madre Teresa de Calcutá afirmava: "Não basta dar amor,
é preciso se doar ao sofrimento para que ele [o amor] seja verdadeiro".
A pessoa paciente vê o mal, sofre, mas não se deixa dominar pelo
desespero. Ela não desiste de nada nem de ninguém. É como ver o erro de
um filho, apesar de errar sabemos que, um dia, ele acertará. Vemos além
do erro, e isso requer paciência e amor. A pessoa paciente é aquela que
acredita mais em Deus do que no mal, porque sabe que a vitória virá
pelas mãos d’Ele.
Para vencer as tribulações da vida também é necessário ser paciente para
que o desespero não chegue até nós. Quando falamos em tribulações, nós
pedimos a Deus força para atravessá-las, mas, na verdade, o que pedimos é
paciência para suportá-las sem reclamar.
Precisamos aprender a viver a vida, que coloca em nosso caminho muitas
curvas. Precisamos ser flexíveis. Em muitos momentos é necessário ceder e
se curvar para não se machucar. Precisamos ter jogo de cintura e
adaptar-nos às situações. Adaptar-se é uma questão de sobrevivência, se
não estamos preparados, qualquer vento nos joga no chão. A Palavra de
Deus coloca em nossos lábios essa certeza.
Para vivermos e ajudarmos os outros a viver, precisamos de paciência e
perseverança. Perseverar na oração para não sermos esmagados pelo
sofrimento. Monsenhor Jonas Abib sempre nos disse: "Mesmo enfermo, eu
sou guerreiro!". Mesmo fracos, devemos ser guerreiros, e pela alegria e
perseverança na oração, não devemos nunca desistir de lutar. Enquanto
lutarmos ninguém poderá dizer que perdemos a batalha. Então, confiemos!
O amor nos faz acreditar na certeza de que as tribulações são passageiras e de que, pela paciência, chegaremos lá.
Que o amor fraterno nos una uns aos outros. Não basta amar com
palavras, o amor tem que ser demonstrado com gestos de carinho, com
compromisso. Talvez o que você queira receber hoje seja o que o
outro quer receber de você. Se para você é importante ser bem tratado,
que você possa retribuir da mesma forma esse tratamento. O amor
verdadeiro pede que façamos o que está ao nosso alcance, sem exageros.
Diante desse trecho bíblico, façamos a nossa parte com paciência e
ternura. Ao fazermos isso teremos felicidade em nossos corações. Que a
paciência seja a confiança na mudança, para entendermos que cada pessoa
tem um ritmo, um modo de ver e viver a vida.
Peçamos a Deus a graça da paciência e do amor verdadeiro. Que o Senhor
encha nossos corações com esse amor! Faça-nos, Senhor, reflexos do Seu
amor. Que possamos vencer a barreira que não nos deixa amar. Derrama
sobre nós o Seu amor e o Seu Espírito.
Não basta amar, temos que demonstrar! Queremos viver essa Palavra no dia de hoje.
10. Enfim,
fortalecei-vos no Senhor, no poder de sua força;
11. revesti-vos da
armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do diabo.
12. Pois a
nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os
principados, as potestades, os dominadores deste mundo tenebroso, os
espíritos malignos espalhados pelo espaço.
13. Por isso, protegei-vos com a
armadura de Deus, a fim de que possais
resistir no dia mau, e assim, empregando todos os meios, continueis
firmes.
14. Ficai, pois, de prontidão, tendo a verdade como cinturão, a
justiça como couraça
15. e os pés calçados com o zelo em anunciar a
Boa-Nova da paz.
16. Em todas as circunstâncias, empunhai o escudo da fé,
com o qual podereis apagar todas as flechas incendiadas do maligno.
17. Enfim, ponde o capacete da salvação e empunhai a espada do
Espírito, que é a palavra de Deus.
18. Com toda sorte de preces e súplicas, orai constantemente no Espírito.
Prestai vigilante atenção neste ponto, intercedendo por todos os
santos.
(Ef 6,10-18)
Para que possamos ter um rumo certo no qual caminhar e
para que esse rumo não falhe, a Palavra, nesta manhã, nos diz: “Enfim,
fortalecei-vos no Senhor, no poder de sua força”. Para que possamos
entender isso, faremos uma comparação simples. Existem duas crianças em
uma escola que são vítimas de piadas, brincadeiras maldosas,
maus-tratos, por isso, elas começam a chegar tristes em casa. Por essa
razão, o pai de uma das crianças vai até a escola para conversar com a
diretora, com os professores e os alunos que maltrataram seu filho, e
passa a levá-lo à escola todos os dias. Depois de um tempo as coisas
melhoram e, aos poucos, o pai para de acompanhar a criança até a escola,
e, então, as brincadeiras maldosas voltam. Dessa forma, a criança
continua sendo humilhada, agora os deboches são pelo fato de o pai a
estar “protegendo”.
Na outra família, o pai decide ensinar seu filho a se defender dessas
provocações, a se comportar na aula. Coloca-o em aulas de treinamento
para aprender a lutar e se fortalecer, não com o intuito de vingança ou
de brigas, mas manter a paz, para que o filho seja forte para enfrentar
aquelas situações.
Qual dessas situações você acredita ser mais saudável? Concordamos que é
a segunda, pois mostra a preparação da pessoa para enfrentar os
problemas que surgem no caminho. A Palavra nos traz a certeza de que
Deus está conosco, no entanto, o Senhor quer que sejamos fortes n'Ele.
Quando uma pessoa tem força espiritual, o corpo fica mais forte, até a
enfermidade tem dificuldade de alcançá-la. Nós estamos falando em
fortalecer o espírito, fortalecer a vontade para passar pelas provações,
pelas caminhadas difíceis da vida.
Enquanto muitas pessoas se preocupam em fortalecer o corpo, que um dia
vai se deitar sobre o pó, temos que nos dedicar a fortalecer o nosso
espírito com carinho, pois ele é eterno. Uma pessoa que não se fortalece
espiritualmente é vítima do engano. A Palavra nos diz, no íntimo do
coração e da alma, é preciso que a gente se fortaleça no Senhor.
Precisamos, sim, buscar forças para viver em tudo que é necessário. O
alimento é indispensável para o nosso corpo e o nosso corpo é um
presente de Deus, templo do Espírito Santo. Mas de que adianta ter vida
se estamos mortos por dentro?
Precisamos nos fortalecer no Espírito Santo, é d’Ele que vem a nossa
força. O lugar onde nós nos refazemos é na oração. É orando que
refazemos nossas forças. Se não unimos o nosso coração a Deus jamais
estaremos de todo descansados!
Se nós não rezamos, não paramos para ter um encontro com Deus. E uma
pessoa que é íntima de Deus pode tudo. São Paulo ensina: “Eu posso tudo
naquele que me fortalece”. A nossa força nasce da intimidade com o
Senhor, e esta [intimidade] nasce da oração. Esse é o primeiro passo
para imitarmos Jesus, imitar no sentido de aprender como se faz e fazer
bem feito.
Quando eu tenho dificuldades de rezar, procuro andar em meio à natureza
para rezar com ela, para contemplar as maravilhas que Deus nos deu.
Dessa forma eu refaço minha alma.
Para cumprirmos a vontade de Deus Altíssimo, precisamos nos preparar:
colocando-nos em oração para resistir às ciladas do diabo. Em nossa
trajetória para o céu vamos encontrar muitas armadilhas, e só
escaparemos delas se Deus Pai nos ajudar.
Como é difícil nos livrarmos das armadilhas espirituais! Geralmente elas não parecem armadilhas, são belas aos nossos olhos.
Quando nos aproximamos delas [armadilhas] não conseguimos mais nos
afastar delas. Somente quando o Espírito Santo nos ilumina é que nos
damos conta de estar num caminho perigoso. Por isso, em muitos momentos,
falamos de oração e de fé e oração de libertação. O maligno sabe como
nos atrair com a ajuda de nossas fraquezas. A tentação nos oferece o que
queremos e depois nos tira tudo sem dar nada em troca!
Hoje o Senhor nos pede que fiquemos atentos, de prontidão. É preciso
abrir os olhos, porque não estamos lutando contra pessoas, mas sim,
contra forças espirituais espalhadas pelos ares. São três os inimigos
que nós combatemos: a tentação, que vive dentro de nós, a mentalidade de
morte deste mundo e o mal acima de nós: o demônio. São forças
espirituais que existem e contra eles as armas humanas não funcionam,
somente as armas espirituais.
Pedimos ao Senhor a graça de lutar com essas armas [espirituais] no dia
de hoje, que com o escudo da fé apaguemos as flechas incendiadas do
maligno.
Estamos pedindo, Jesus, que nós possamos nos unir ao Senhor em oração,
que esta Palavra nos alcance, nesta hora, com uma graça profunda capaz
de apagar essas flechas inflamadas do maligno.
O Senhor nos mostra que é a fé que desmonta e combate a tentação, e que
tira do maligno todo o poder. Protege-nos agora, Senhor, pela graça da
fé contra toda investida do diabo.
Que sejamos vigilantes na oração! Dá-nos essa graça, Senhor, pelo poder do Espírito Santo. Amém!
26.
De fato, irmãos, reparai em vós mesmos, os chamados: não há entre
vós muitos sábios de sabedoria humana, nem muitos poderosos, nem muitos
de família nobre.
27. Mas o que para o mundo é loucura, Deus o escolheu
para envergonhar
os sábios, e o que para o mundo é fraqueza, Deus o escolheu para
envergonhar o que é forte.
28. Deus escolheu o que no mundo não tem nome
nem prestígio, aquilo que é
nada, para assim mostrar a nulidade dos que são alguma coisa.
29. Assim,
ninguém poderá gloriar-se diante de Deus.
30. É graças a ele que vós
estais em Cristo Jesus, o qual se tornou para
nós, da parte de Deus, sabedoria, justiça, santificação e
libertação,
31. para que, como está escrito, “quem se gloria, glorie-se
no Senhor”.
(I Co 1,26-31)
Jesus conhecia todos os Seus discípulos, e os
escolheu não pelas suas façanhas neste mundo, mas por aquilo que traziam
em seu interior. Cristo os escolheu mesmo sabendo que Pedro O negaria e
Judas O trairia. Por saber que cada um deles tinha papel fundamental na
missão salvífica d'Ele em meio a nós.
E da mesma forma como Jesus escolheu Seus apóstolos, Deus nos
escolhe. Você já observou como crescemos quando estamos perto d'Ele?
Eu, antes de entrar para a Canção Nova, jamais havia gravado um CD, não
conhecia outros países, ou apresentado um programa, mas mesmo
conhecendo minhas limitações, Deus me escolheu para tudo isso.
Neste dia, você precisa entender que Deus escolheu você, e não foi por
mérito, mas por escolha d'Ele. O Altíssimo é capaz de nos olhar com
olhos que talvez nós jamais compreendamos, apenas Ele sabe.
O apóstolo Mateus era um cobrador de impostos, profissional que,
naquele tempo, era odiado por todos e tido como pecador por utilizar da
sua posição para tirar vantagem do povo. Mas esse homem de Deus, uma
vez, disse que se, algum dia, tomou algo além do que era justo de
alguém, devolveria quatro vezes mais a essa pessoa. E, nesse fio de
honestidade e justiça, talvez Jesus tenha visto um coração bom e capaz
de mudar.
Como Judas, que, por limitação humana, não suportou a cruz para a qual
havia sido chamado. Mas eu tenho certeza de que, nos últimos segundos,
já com a corda no pescoço, ele se arrependeu do ato praticado e pediu
perdão a Deus. Judas é incompreendido por muitos, como você e eu talvez o
sejamos, mas Deus não se importa com isso, pois viu em nós algo muito
maior.
Aquele que vive buscando a própria glória nada mais faz do que se
afastar do Pai, pois quem realmente deseja se cobrir de glória deve
fazer isso no Senhor.
Você possui um grande significado para o Senhor, Ele escolhe aquele que
não tem nome ou prestígio. E, com isso, Ele mostra que os que se exaltam
serão humilhados, mas os que se humilham serão exaltados.
Você se lembra de quando Deus o escolheu? Quando Ele o chamou pelo nome?
Talvez não, mas o Senhor guarda esse dia como se fosse hoje. E, assim
como os apóstolos, agora você é um pescador de almas, responsável não só
pela sua salvação, mas por aqueles que veem em você um exemplo de homem
e mulher de Deus. Por essa razão sua responsabilidade hoje é muito
maior do que imagina. O chamado de Deus é único e definitivo, ao
assumi-lo, você está dizendo seu “sim” a Ele.
A escolha já foi feita pelo Senhor, e você só precisa permitir que Sua
obra aconteça por intermédio de você. Acredite: você não foi escolhido
por acaso, mas sim como exemplo para aqueles que se acham sem utilidade.